Se gritar pega ladrão...



Sobre o "pai do bebê"...

Agora que o “bebê” virou adolescente e a crise moral chegou ao ponto de não mais poder ser varrida para debaixo do tapete, alguns se apressam em apontar o "pai" – e, para muitos, o culpado da vez é o PT. Mas sejamos honestos: essa criança nasceu bem antes. A cultura da propina, do favorecimento, do roubo institucionalizado sempre fez parte do DNA político brasileiro. Não é novidade, é herança.

O que vemos hoje não é a origem da corrupção, mas a explosão de uma bomba que vem sendo armada há décadas – por todos os partidos que se revezaram no poder, sobretudo PSDB e PT, que juntos moldaram esse ciclo vicioso. O que antes era cochichado nos bastidores, hoje é manchete de jornal. A podridão, que sempre existiu, agora fede em praça pública.

Espero, sinceramente, que surja uma consciência nacional que nunca existiu na história pútrida da nossa República. Os desvios de verba pública, os esquemas de favorecimento, as fraudes institucionalizadas – tudo isso compõe um enredo nojento que atravessa os governos como uma doença crônica.

Temos governos frágeis como cascas de ovo quando o assunto é moralidade. Suas estruturas apodrecem de dentro para fora, alimentadas por campanhas eleitorais milionárias, financiadas por empresários corruptos em conluio com partidos políticos sedentos de poder.

Parabéns aos partidos brasileiros – de esquerda, de direita e do centro oportunista – pelo destroçamento do Estado nacional, pela falência ética e pelo sucateamento das políticas públicas.

E viva a nossa "democracia disfarçada": uma festa cívica onde o povo vota, mas raramente governa; onde o Estado é laico, mas ajoelha-se diante dos bancos e das empreiteiras; onde a esperança, infelizmente, virou artigo de luxo.






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